CNF

O Cadastro Nacional de Falecidos – CNF Brasil é um banco de dados sobre falecidos no território brasileiro que já conta com mais de 40 milhões de registros fornecidos por cemitérios, crematórios, funerárias, planos de assistência funerária, serviços de apoio a familiares, cartórios de registros de óbitos e órgãos públicos. Utilizado em conjugação com outras bases de dados (p.ex. o Family Search), pode ajudar na descoberta de uma série de documentos sobre a vida das pessoas pesquisadas.

Minha experiência com o CNF foi em parte exitosa: estava à busca de informações de uma irmã de minha avó paterna – Maria Rebosa dos Santos – que supostamente havia nascido em Portugal. O que sabia a respeito dela havia sido descoberto por meio de relato oral de uma irmã de meu pai: sabia que Maria Rebosa era casada com Joaquim dos Santos e que tivera quatro filhos, dois homens e duas mulheres, cujos nomes também eram conhecidos.

Como toda pesquisa deve começar com uma hipótese ou ao menos algumas perguntas, eis o que mais eu queria descobrir:

  1. Maria era de fato portuguesa como minha avó ou nascera após a chegada de meus bisavós ao Brasil?
  2. Quando havia nascido?
  3. Quando havia se casado?
  4. Quando havia falecido?
  5. Seu marido e filhos eram brasileiros ou portugueses?

A busca por informações do óbito de Maria Rebosa no CNF foi infrutífera, mesmo mediante uso de variações de seu sobrenome – Reboza, Rebousa. O mesmo ocorreu na busca por informações de seu marido Joaquim e três de seus filhos – Amélia, Emídio e Manuel – ao menos para o município de Nova Iguaçu (RJ). A busca pelos livros do município do Rio de Janeiro poderia trazer resultados, mas exigiria uma busca posterior mais longa, como explicarei em seguida.

O êxito parcial ocorreu na descoberta da data do óbito de Eugênia, uma das filhas de Maria Rebosa que teria falecido em agosto de 2011. O CNF apresentava – como em praticamente todos os resultados obtidos – apenas a data do óbito, sem os dados sobre os pais da falecida, que completariam de imediato a busca. Além disso, o registro para Eugênia dos Santos no CNF apresentava Azevedo como o último sobrenome/apelido. Esse poderia ser seu nome de casada, portanto eu teria de continuar a pesquisa em outra base de dados.

De posse do nome completo de Eugênia, da data exata e da localidade de seu óbito, seria relativamente fácil realizar uma busca no Family Search para os livros relevantes. Havia apenas três fontes de livros para a município de Nova Iguaçu e alguns livros ainda ofereciam índices nominais, o que agilizou a descoberta da certidão de óbito de Eugênia, a qual não apresentarei aqui por não ter autorização de seus familiares. Os dados do CNF estavam corretos, embora incompletos. Eugênia dos Santos Azevedo era realmente filha de Maria Rebosa dos Santos.

A certidão de óbito informava a data de nascimento de Eugênia, mas não informava que era portuguesa, portanto eu poderia supor que tivesse nascido no Brasil. Na sequência, busquei no Family Search os registros de nascimento da localidade para o ano indicado – 1919. E lá estava a informação que responderia outras três perguntas: Eugênia Rebosa era brasileira, porém seus pais eram portugueses. Abaixo exibo o trecho onde essas informações são apresentadas.

eugenia
Registro de Nascimento de Eugênia

Em menos de uma hora, portanto, consegui responder quase todas as perguntas propostas inicialmente sobre Maria com base no registro de óbito de sua filha: Maria e Joaquim eram portugueses, mas os filhos provavelmente eram brasileiros. A falta de registros digitalizados nas bases de dados Portuguesas para o período e localidade – São Mamede de Ribatua – em que devem ter nascido e casado impediu a resposta para duas das perguntas – ao menos temporariamente.

A resposta para as perguntas restantes exigiria uma busca pelos registros dos outros filhos de Joaquim e Maria dos Santos em outros municípios do Rio de Janeiro, o que implicaria a pesquisa adicional em um número muito maior de livros – só no município do Rio de Janeiro seriam 15 fontes de livros no Family Search. Mas estou satisfeito com as descobertas feitas até agora.

Por fim, eis algumas dicas para extrair o máximo do CNF:

dicas

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José Araújo é linguista e genealogista amador.