Batalhas

A carreira do Tenente Caetano Pinto Rebello (ca. 1792 – ca. 1876), meu primo de quarto grau, está documentada nos arquivos do Exército de Portugal. O que eu pude descobrir a respeito dele sem recorrer diretamente a essa instituição está registrado em outro texto aqui no blog. Para saber mais, foi necessário solicitar ao Arquivo Histórico Militar um orçamento para envio de alguns arquivos específicos. Alguns meses após a solicitação e o pagamento do valor proposto no orçamento, recebi um CD contendo as imagens dos registros solicitados. Essas imagens permitiram descobrir mais sobre esse parente distante.

Um dos detalhes descoberto nos registros foi que Caetano alistou-se como voluntário aos 19 anos. Ficou evidenciado também que ele assentou praça e fez juramento em 1/01/1818 no Regimento de Infantaria N° 23, o qual seria extinto com o fim da Guerra Civil em 1834. Informa-se ainda nos registros que seria casado, embora a única mulher com quem consta que tivesse tido filhos – Dona Maria Augusta Pinto – tenha nascido apenas em 1/05/1820 e seu primeiro filho – Júlio Pinto Rebello – tenha nascido apenas em 22/06/1839. Pode-se pensar em um casamento anterior, ainda não descoberto.

Outra novidade trazida pelos registros fornecidos pelo Exército Português foi a relação das ações militares de que Caetano participou: campanha de 1826-1827 contra a usurpação – de d. Miguel – e batalhas em Coruche, Cruz dos Morouços, Ponte Ferreira (Vouga) e na defesa das linhas do Porto. Em todas as batalhas, diga-se, as forças miguelistas foram sempre numericamente superiores. Ainda assim, terminaram derrotadas pelas tropas liberais de d. Pedro I(V).

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Batalha de Ponte Ferreira, 23/06/1832 – A. E. Hoffman – Fonte: Wikipedia

Na defesa das linhas do Porto, segundo os registros obtidos, Caetano foi gravemente ferido. No entanto, ele sobreviveu para constituir numerosa família em sua terra natal de Barcos.


José Araújo é linguista e genealogista amador.

Hipóteses

Toda boa pesquisa deve começar com uma hipótese ou ao menos com uma pergunta. Assim deve ser também com a pesquisa genealógica, mesmo que as hipóteses ou perguntas não estejam todas formalmente descritas. O caso que passo a descrever envolve um personagem sobre quem já escrevi muitas vezes aqui no blog e de quem certamente ainda terei muito a dizer – José Pinto Rebello de Carvalho (1788-1870), natural de Barcos, primo de minha trisavó e exilado durante a Guerra Civil portuguesa (1828-1834).

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Barcos

Conhecida atualmente como aldeia vinhateira, Barcos foi, entre 1263 e 1855, sede de concelho (município), “integrando as freguesias de Adorigo, Barcos, Santa Leocádia e Santo Adrião”, como se informa no site da sede atual, o município de Tabuaço, em Viseu. Com pouco menos de 10 km² e menos de 600 habitantes, essa pequena povoação foi a origem da família de meu avô paterno Antônio (1868-1946) e local de onde ele partiu com sua primeira família para o Brasil.

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Fidelidade

Um genealogista não deveria buscar méritos em diatribes políticas. Exceto, claro, quando o alvo de suas investigações teve algum envolvimento na política de sua época e – especialmente – quando o pensamento crítico desse alvo parece trazer alguma reflexão para as discussões do momento em que vive o genealogista.

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